Setembro de 2025.
Nos últimos dias estive pensando sobre finitude. E o fósforo (por mais que seja um objeto simples), carrega uma forte carga metafórica. Ele representa o potencial de fogo (vida/energia), o instante de combustão (ação/apogeu) e a inevitável extinção (fim/morte).
Essa transição cromática (vida > intensidade > resíduo) espelha a própria condição humana.
No fundo preto, inseri cálculos, fórmulas e anotações técnicas relacionadas à combustão. Esse elemento acaba criando um contraponto interessante: enquanto a chama é intuitiva e visceral, o fundo racionaliza e quantifica o fenômeno. Essa justaposição entre ciência e arte expande a leitura além da metáfora poética, questionando assim a relação entre conhecimento técnico e vivência sensível.
A frase escrita na base: “that’s all, folks!”, é uma referência cultural à despedida clássica dos desenhos da Warner Bros., que carrega um tom irônico e até humorístico diante de uma mensagem existencial.
Com essa obra, eu quis transmitir esse processo temporal inevitável, lembrando que toda chama, por mais intensa que seja, tem um fim.