Julho de 2025.
A obra “MONO-liso” é uma leitura contemporânea de “Mona Lisa”, do Leonardo da Vinci. Ela foi pintada sobre um pedaço de papelão, na medida de 60x82cm. Utilizei tinta acrílica, grafite, marcador permanente, bastão de óleo, lápis de cor e detalhes em bordado.
A figura central é um corpo andrógino, nu e monocromático, remetendo à ideia de neutralidade emocional e identidade diluída (um “liso” no lugar da enigmática expressão de Mona Lisa). A ausência de feições reforça a ideia de um sujeito genérico, um ser que não é desse mundo em que vivemos, e nem mesmo dessa época (seria ele um santo, por causa da sua auréola?).
A maçã remete diretamente ao mito de Adão e Eva, mas aqui ela está mordida e brilhante (quase um híbrido entre símbolo bíblico e o ícone da Apple). Há um tom de tentação moderna, sugerindo que a “queda” de hoje não é mais moral, mas sim digital (da hiperconectividade).
As mensagens na obra são irônicas:
Francesco Melzi e Leonardo da Vinci eram, respectivamente, aprendiz e mestre no período do Renascimento, e aqui aparecem como notificações casuais de um celular.
O lembrete de agendamento em um estúdio de arte e uma mensagem de aluguel de carro adicionam um toque de vida mundana e moderna.
Easter egg da obra:
Sexta-feira, 31 de março: dia do meu nascimento;
9:25: horário do meu nascimento.
Domingo marcado com um X: meu dia favorito da semana.