Abril de 2025.
Seguindo a premissa de criar a partir do que vivencio e o que me rodeia, e com isso me inspirar e materializar tal situação, a ideia para essa obra veio depois de um final de semana um tanto não peculiar.
Uma festa em uma floricultura, onde passei mal, vomitei em uma palmeira e fui amparado por alguns amigos. Mas calma, no fim, tudo valeu a pena.
Ao lado esquerdo, um rosto expressivo, estilizado em preto, branco e cinza, com lágrimas azuis escorrendo dos olhos, remetendo a minha pessoa. A boca escancarada sugere um grito, mas a frase “THANK YOU” adiciona essa camada irônica, onde há dor na expressão, mas palavras de gratidão à quem me ajudou em tal momento.
Sobreposto a essa face, existem elementos gráficos como rótulos de embalagem e símbolos de manuseio, evocando a ideia de vulnerabilidade e da condição humana como um produto manipulável, mas também apontando para reflexão e reconstrução.
Já no lado direito, quis usar uma paleta onde contrastasse com o lado oposto que tem mais frieza, por isso o amarelo vibrante com flores vermelhas.
Rabiscos em azul de uma palmeira, feito com bastão de óleo, fica sobrepondo sobre esse lado, juntamente com escritas em japonês e inglês (onde uma deles reflete sobre a dualidade do bem e do mal e outra sobre amizade, reforçando a complexidade emocional da obra).
Ambos os textos foram retirados do livro “Shantaram”.
Fiquei bem satisfeito com o resultado final dessa peça, deixando uma mensagem de que o sofrimento e a beleza podem coexistir.
Aos amigos: OBRIGADO!
E a mim, um lembrete: ser vulnerável não é vergonhoso, é humano (e inspirador).
Easter egg da obra:
Existe um detalhe nessa obra em que não é possível ver a olho nu. Ela esconde um pequeno rasgo, em que é possível ver somente pelo lado de dentro da peça, reforçando o fato de que uma ferida nem sempre é visível às pessoas alheias, mas sim, está profundamente marcada no nosso interior.